O HPV (Papilomavírus Humano) é uma das infecções sexualmente transmissíveis mais comuns do mundo. Estima-se que 8 em cada 10 pessoas sexualmente ativas entrarão em contato com o vírus ao longo da vida, muitas vezes sem perceber, já que ele pode permanecer silencioso no organismo por anos.

Embora algumas infecções desapareçam naturalmente, o vírus pode permanecer ativo por anos quando o sistema imunológico não consegue eliminá-lo completamente.

Quando o corpo não consegue combater o HPV de forma eficaz, ele pode provocar o surgimento de verrugas genitais (condilomas), lesões pré-cancerosas e, em casos mais graves, câncer de colo do útero, ânus, vulva, vagina, pênis, boca ou garganta.

Pacientes com sistema imune mais fragilizado, como mulheres com múltiplas gestações, pessoas com HIV, fumantes ou usuárias de contraceptivos hormonais por longos períodos, apresentam maior risco de manter o vírus ativo e sofrer com recorrências.

Mesmo após a remoção das lesões, o HPV pode permanecer “adormecido” no organismo e voltar a se manifestar, criando um ciclo difícil de interromper. 

A imunoterapia treinada é uma abordagem médica que estimula o sistema imunológico a reconhecer e combater o HPV de forma mais eficaz. Diferente da vacina, que atua antes do contato com o vírus, essa forma de tratamento é indicada após o diagnóstico, como um reforço imunológico que atua durante ou depois da fase ativa da infecção.

A terapia é realizada com aplicações subcutâneas de imunomoduladores que ativam células importantes da defesa natural do corpo, como os linfócitos T, macrófagos e células NK. Esses compostos agem como potencializadores do tipo toll-like receptor, que são proteínas presentes em células do sistema imunológico inato que desempenham um papel crucial no reconhecimento de patógenos e na iniciação de respostas inflamatórias e imunológicas. Eles são como sensores que identificam moléculas estranhas, como as de bactérias e vírus, e ativam mecanismos de defesa do corpo, estimulando a imunidade adaptativa, para que o seu corpo passe a combater o HPV com mais eficácia e menos chance de recaídas.

A imunoterapia para HPV é indicada tanto para homens quanto mulheres que já tenham sido diagnosticados com o vírus, especialmente nos casos de lesões como verrugas e condilomas, ou mesmo quando o HPV é detectado sem sintomas visíveis.

Ela pode ser usada em conjunto com tratamentos ginecológicos e dermatológicos convencionais ou a laser, aumentando as chances de regressão das lesões, prevenindo a reincidência. Em pacientes com quadros recorrentes ou refratários, pode representar a melhor alternativa para interromper o ciclo de reaparecimento das lesões.

A imunoterapia para HPV representa um avanço importante no cuidado com pacientes que já convivem com o vírus. Mais do que tratar lesões visíveis, ela atua fortalecendo o sistema imunológico de forma profunda e direcionada, promovendo uma resposta mais eficiente do organismo contra o vírus e reduzindo a chance de recidivas.

💡 Ao adotar esse protocolo, o paciente deixa de depender apenas de procedimentos locais como remoção de verrugas e cauterizações, que muitas vezes só tratam o efeito, mas não a causa do problema. A imunoterapia trata o corpo como um todo, treinando suas defesas naturais para identificar e combater o HPV com mais precisão.