As lentes de contato provavelmente parecem uma invenção recente, certo? É verdade que eles só se tornaram populares nas últimas décadas, mas você pode se surpreender ao saber que o conceito da lente de contato foi concebido há mais de 500 anos.


As primeiras experiências

Antes que os avanços tecnológicos tornassem possíveis as lentes de contato, pensadores como Leonardo Da Vinci e René Descartes experimentaram o poder de refração da água.
Leonardo Da Vinci, dono de uma curiosidade voraz, esse italiano atuou em variados campos do conhecimento e da arte. Atirando para todo o lado, ele acabou sendo um dos primeiros a teorizar uma solução para os problemas de visão.
Por volta do ano 1500, ao considerar como corrigir os erros de refração que causam dificuldades na visão, Da Vinci produziu esboços propondo uma possível solução para o problema.

Ele demonstrou que enxergar através do fundo de uma tigela de vidro cheia de água poderia ajudar a corrigir o problema. Embora molhar o rosto em uma tigela de água seja uma forma claramente impraticável de fazer as coisas, seu método reconheceu a necessidade das lentes entrarem em contato com os olhos.

No século XVII, o filósofo, físico e matemático francês René Descartes foi autor de uma ideia semelhante. Descartes desenvolveu um conceito em um ensaio, onde discutiu os efeitos do uso de um tubo de ensaio cheio de água para obter um resultado semelhante ao de Da Vinci.
Descartes também apontou como a água só precisava tocar a córnea, ao invés de todo o olho, para corrigir a visão. Sua ideia de usar um tubo de ensaio em uma bacia inteira de água era mais simples do que sugeriu Da Vinci, embora ainda não fosse uma solução perfeitamente prática.

No entanto, apesar dos importantes precursores, as populares lentes de contato só foram primordialmente desenvolvidas nos fins do século XIX, pelo fabricante de peças óticas F. E. Muller e o médico suíço Adolf Eugen Fick.

Na década de 1880, quando as tecnologias de produção de vidro tornaram as lentes finas possíveis pela primeira vez, o fabricante de peças óticas F. E. Muller e o médico suíço Adolf Eugen Fick, fabricara a primeira lente de contato bem-sucedida. Essas lentes eram grossas e pesadas, no entanto, cobriam totalmente os olhos.
Como eram feitas inteiramente de vidro, não permitiam que o oxigênio suficiente chegasse ao olho, sufocando-as e gerando intensa dor após algumas horas de uso e, por conta da rigidez do material, acabava ferindo os olhos de seus usuários.

As lentes de contato nunca poderiam ter se tornado práticas o suficiente para atrair os usuários de óculos se não fosse pela invenção do plástico, que permitiu que as lentes ficassem mais leves e mais duráveis. Entre os anos 1920 e 1930, os avanços nesses materiais permitiram que a teoria de Herschel se tornasse uma realidade através de dois cientistas húngaros, Dr. Dallos e Istvan Komàromy. Apesar do avanço no tipo de material empregado, essas lentes ainda eram bastante rígidas e tinham uma dimensão que causava bastante incômodo aos seus usuários.

No entanto, as lentes desenvolvidas pela dupla ainda cobriam todo o olho e em 1948, um técnico inglês chamado Kevin Touhy descobriu que as lentes ainda funcionavam mesmo cobrindo uma área de superfície muito menor. Mais algumas melhorias logo se seguiram, tornando as lentes duras muito finas, moldadas nos olhos e mais confortáveis.

As lentes de contato nos tempos modernos

Nas duas décadas seguintes, hidrogéis (plásticos mais flexíveis) foram desenvolvidos.

A película gelatinosa só foi inventada em1971, quando a empresa Bausch & Lomb concebeu lentes de contato mais confortáveis e maleáveis e ganharam a aprovação do FDA e chegaram ao mercado.

Hoje, as lentes de contato são criadas para se adequar exclusivamente ao usuário em laboratórios de última geração. Eles fornecem uma alternativa quando os óculos não são práticos e ajudam a corrigir uma ampla gama de problemas de visão.