Índice de Conteúdo do Artigo

1. O que é angina?
2. Classificação de acordo com a gravidade
3. Tipos de angina de peito
4. Como surge
5. Fatores de risco
6. Sintomas
7. Diagnóstico
8. Tratamento
9. Referências

Descubra tudo sobre a angina, uma condição que pode ser um sinal de alerta de algo muito mais sério. Conheça os detalhes, os sintomas e as formas de tratamento para garantir uma vida mais saudável.

1. O Que é a Angina?
A angina, também conhecida como angina de peito ou angina pectoris, é uma dor no peito que ocorre quando o músculo cardíaco, chamado de miocárdio, não recebe oxigênio suficiente para funcionar adequadamente. Assim como qualquer outro músculo do corpo, o coração precisa de um suprimento constante de sangue rico em oxigênio para manter seu trabalho de bombear sangue para o restante do corpo.
Quando o coração não recebe oxigênio suficiente, devido a uma diminuição do fluxo sanguíneo nas artérias coronárias, surge a dor anginosa. Esse desconforto é frequentemente associado a momentos de esforço físico, mas também pode ocorrer em repouso, dependendo da gravidade da condição. É importante entender que a angina pode ser um sinal de advertência para condições cardíacas mais graves, como o infarto do miocárdio.

2. Classificação Segundo a Intensidade
A angina pectoris é classificada de acordo com a sua gravidade, baseada em um sistema desenvolvido pela Canadian Cardiovascular Society (CCS). Este sistema categoriza a angina em quatro classes principais:

  • Classe 1: Atividades físicas diárias, como caminhar ou subir escadas, não provocam dor. A angina ocorre apenas durante exercícios extenuantes e prolongados.
  • Classe 2: Leve limitação das atividades diárias. A dor pode ocorrer ao subir escadas rapidamente, andar em aclives, ou realizar atividades após as refeições ou em situações de estresse.
  • Classe 3: Limitação significativa da atividade física. A dor surge com atividades leves, como caminhar um quarteirão ou subir um lance de escadas.
  • Classe 4: Incapacidade de realizar qualquer atividade física sem dor, ou dor que ocorre mesmo em repouso.


3. Tipos de Angina
A angina de peito é dividida em dois tipos principais: angina estável e angina instável.

Angina Estável - A angina estável é caracterizada por uma dor no peito que ocorre de maneira previsível, geralmente durante atividades físicas ou momentos de estresse. Esta dor tende a desaparecer após alguns minutos de repouso ou com o uso de medicamentos vasodilatadores, como os nitratos. A dor da angina estável é tipicamente de curta duração, não ultrapassando 20 minutos.

Angina Instável - é uma forma de dor no peito que se distingue pela sua natureza grave e imprevisível. Ao contrário da angina estável, que geralmente se manifesta durante atividades físicas ou momentos de estresse e tende a aliviar com repouso, a angina instável pode ocorrer mesmo quando o paciente está em repouso ou realizando esforços mínimos. A dor associada à angina instável pode persistir por mais de 20 minutos e não responde adequadamente aos métodos convencionais de alívio, como repouso ou uso de medicamentos vasodilatadores.

Este tipo de angina representa uma condição de maior risco e urgência médica, pois pode ser um indicativo de um iminente infarto do miocárdio. Os pacientes com angina instável frequentemente experimentam sintomas mais intensos e prolongados, que não desaparecem com as intervenções típicas utilizadas para o manejo da angina estável. Portanto, a presença de angina instável requer uma avaliação médica imediata e detalhada para prevenir possíveis complicações graves e implementar estratégias de tratamento adequadas.

4. Como a Angina Se Desenvolve?
A angina ocorre devido a um desequilíbrio entre a oferta de oxigênio ao coração e sua demanda. Isso é comum em pessoas com aterosclerose, uma condição em que as artérias coronárias estão parcialmente bloqueadas por placas de colesterol. Estas obstruções reduzem o fluxo sanguíneo para o coração, especialmente durante o esforço físico, quando a demanda por oxigênio é maior. Uma artéria saudável pode aumentar significativamente o fluxo sanguíneo em resposta à demanda, enquanto uma artéria comprometida pela aterosclerose perde essa capacidade de adaptação, levando à isquemia e, consequentemente, à dor anginosa.

5. Fatores de Risco
Os fatores que aumentam o risco de desenvolver angina são semelhantes aos da doença arterial coronariana. Entre eles estão:
• Obesidade
• Diabetes mellitus
• Colesterol alto
• Sedentarismo
• Tabagismo
• Hipertensão arterial
• Idade avançada
• Histórico familiar de doenças cardíacas

6. Sintomas da Angina
O sintoma mais comum da angina é a dor no peito, geralmente sentida como um aperto ou pressão, que pode se irradiar para outras partes do corpo, como braços, pescoço, mandíbula ou costas. Em alguns casos, especialmente nos diabéticos e idosos, a angina pode não causar dor típica, mas sim sintomas como falta de ar, fadiga, náuseas ou sensação de desmaio, conhecidos como equivalentes anginosos.


Sintomas da Angina Estável
• Dor de curta duração (menos de 5 minutos)
• Previsibilidade nos episódios de dor
• Desencadeada por esforço e aliviada com repouso ou nitratos
Sintomas da Angina Instável
• Dor que aparece subitamente, mesmo em repouso
• Duração superior a 20 minutos
• Impossibilidade de alívio completo com nitratos
• Acompanhada de outros sintomas, como sudorese, falta de ar e mal-estar

7. Diagnóstico da Angina
O diagnóstico da angina é baseado na análise dos sintomas clínicos e na história do paciente. Exames complementares, como eletrocardiograma, teste ergométrico e ecocardiograma, são fundamentais para avaliar a extensão e a gravidade da isquemia cardíaca. Nos casos de angina instável ou risco elevado de infarto, o paciente pode ser submetido a um cateterismo cardíaco, que permite a visualização direta das artérias coronárias e a intervenção imediata, se necessário.

8. Abordagem Terapêutica da Angina: Estratégias e Intervenções
O tratamento da angina é multifacetado e visa melhorar a qualidade de vida dos pacientes e reduzir o risco de eventos cardíacos graves. Essa abordagem inclui modificações no estilo de vida, terapia medicamentosa e, quando necessário, procedimentos médicos mais avançados.

Mudanças no Estilo de Vida
Adotar hábitos saudáveis é essencial para o manejo da angina. Recomenda-se:

Dieta Balanceada: Optar por uma alimentação rica em frutas, vegetais, grãos integrais e proteínas magras, enquanto se limita o consumo de gorduras saturadas e trans.
Atividade Física Regular: Engajar-se em exercícios físicos moderados, conforme recomendado pelo cardiologista, para fortalecer o coração e melhorar a circulação.
Controle de Peso: Manter um peso saudável para reduzir a carga sobre o sistema cardiovascular.
Cessação do Tabagismo: Parar de fumar, já que o tabaco contribui para a aterosclerose e compromete a saúde das artérias.
Gestão do Estresse: Práticas de relaxamento e técnicas de controle do estresse podem ajudar a minimizar os episódios anginosos.
Terapia MedicamentosaO tratamento medicamentoso é crucial para controlar os sintomas da angina e prevenir complicações. 

Procedimentos Médicos
Em situações onde o tratamento medicamentoso não é suficiente, procedimentos invasivos podem ser necessários:

Cateterismo Cardíaco: Um exame para visualizar as artérias coronárias e identificar possíveis bloqueios.
Angioplastia: Técnica para desobstruir artérias coronárias usando um balão e, frequentemente, a colocação de um stent para manter a artéria aberta.
Cirurgia de Revascularização Miocárdica: Conhecida como ponte de safena, é realizada quando há múltiplos bloqueios nas artérias coronárias, criando novos caminhos para o fluxo sanguíneo.

Cada uma dessas abordagens é adaptada às necessidades individuais dos pacientes, considerando a gravidade da angina e a presença de outras condições de saúde.

9. Considerações Finais
A angina é um sinal de alerta que não deve ser ignorado. A identificação precoce dos sintomas e a adoção de medidas preventivas são cruciais para evitar complicações graves, como o infarto do miocárdio. Com diagnóstico e tratamento adequados, é possível controlar a angina e levar uma vida saudável.

10. Referências
1. Braunwald, E. (2015). Braunwald's Heart Disease: A Textbook of Cardiovascular Medicine. Philadelphia: Elsevier.
2. Yusuf, S., Reddy, S., Ôunpuu, S., & Anand, S. (2001). Global burden of cardiovascular diseases: Part I: General considerations, the epidemiologic transition, risk factors, and impact of urbanization. Circulation, 104(22), 2746-2753.
3. Oliveira, G. M. M., Brant, L. C. C., Polanczyk, C. A., Biolo, A., Nascimento, B. R., Malta, D. C., & Lotufo, P. A. (2020). Estimativa de mortalidade cardiovascular e carga de doença em adultos brasileiros. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, 115(2), 273-282.

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