No dia 18 de agosto de 1960, foi lançado o contraceptivo oral Enovid-10 nos Estados Unidos. A pílula significaria uma verdadeira revolução nos hábitos sexuais do mundo ocidental.


Fazer sexo por prazer foi, ao longo da história, um privilégio dos homens. Já as mulheres sempre sofreram com a possibilidade de uma gravidez não planejada ou indesejada.
Separar o ato sexual da possibilidade de reprodução se tornou uma necessidade cada vez mais urgente na medida em que a transição demográfica avançava no decorrer do século XX e na medida em que as mulheres ganhavam autonomia para decidir sobre suas vidas.

A história do surgimento conta com um quarteto altamente ambicioso:
A determinação em conseguir um contraceptivo oral só foi possível devido a militância de Margaret Sanger, ativista americana da regulação da natalidade, educadora sexual.
Dos recursos financeiros de Katharine McCormick, bióloga norte-americana, filantropa, herdeira de uma parte substancial da fortuna da família McCormick; e dos conhecimentos científicos de Gregory Pincus, biólogo e pesquisador norte-americano; John Rock, obstetra e ginecologista americano.

Em 1955, a equipe anunciou o uso clínico bem-sucedido de progestinas para prevenir a ovulação. A Enovid-10, foi aprovado pela Food and Drug Administration (FDA) dos EUA e colocado no mercado em 1957 como regulador menstrual. Em 1960, a Enovid-10 obteve aprovação do FDA para o uso contraceptivo.

Enovid-10 – foi criada com uma concentração muita alta de hormônios. Sua composição constava de 150 mg de estrogênio sintético e 9,85 mg de derivado de progesterona; isto significa dez vezes mais hormônios do que tem a pílula atual. Diante das duras críticas que a pílula sofreu, na década de 1970 surge a segunda geração de pílulas, com menos hormônios e sem perda da eficácia. A terceira geração de pílulas chegou ao mercado em 1990. As pílulas modernas têm uma quantidade muito menor de hormônio que as antigas.

A Enovid-10 mostrou ao mundo que é possível utilizar a ciência para garantir a regulação da fecundidade e que a reprodução não é uma fatalidade, mas sim um fenômeno biológico que pode ser utilizado quando desejado (por homens e mulheres) e em função da felicidade geral das pessoas e, por que não, da nação.